Espaço de Cultura

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Serrinha, Bahia, Brazil
Este Blog foi criado com intuito de tornar acessível a um maior número possível de pessoas,a troca de experiêncais e a divulgação do que temos de melhor na cultura da Região Sisaleira,tornando o meio virtual um local de interatividade.Neste blog,uma equipe de quatro alunos do curso de Geografia da Uneb/Campus XI estarão postando fotos,artigos,relatos,entrevistas,mensagens, poemas,entre outras formas de expressão cultural. Compõe esta equipe os seguintes discentes:Angelita Bispo,Crisângela Gardênia,Maria Aparecida Brito e Mariana Martins.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Benzedeiras: uma tradição de fé e cura

As rezadeiras tem remédio para tudo. Não há doença que não se cure. Espinhela caída, carne quebrada, cobreiro, quebranto, mal olhado, doenças nervosas, encosto, doenças físicas, todos esses males tem solução!

A tradição de cura através de rezas, banhos, chás e efusões, ainda é presente na sociedade moderna. Apesar de resistir a poucos lugares e quase nunca existente nos grandes centros, a cura medicinal sem utilização de medicamentos farmacológicos, e a tradição das benzedeiras ainda possuem um grande prestígio, em especial nos cidades interioranas.

O cantar silencioso, e o chacoalhar de ramos de ervas, traduz a ciência de um povo, o conhecimento do cotidiano. Gripe, mal estar, doenças crônicas, ou até mesmos doenças sem curas, tem sido amenizadas pela utilização de receitas caseiras. O que a ciência leva anos em pesquisa, tentando encontrar a cura por exemplo do câncer, as benzedeiras, pelo seu conhecimento tradicional e cotidiano, já indicam as possíveis formas terapêuticas de cura, até nos caso desenganados pela medicina. Como explicar essa ciência popular? Como justificar a cura de doenças tidas como "incuráveis" pela utilização de ervas naturais, banhos e chás.

"As benzedeiras apelam para santos católicos, entidades de umbanda e personagens folclóricos brasileiros. Santa Luzia é evocada para curar males da visão. Com fé em Santa Brígida, a garantia do fim da dor de cabeça. Se engasgar, é só rogar por São Brás. O Preto Velho tira o mau-olhado de crianças. Aliar-se a São Jorge afasta ferimentos provenientes das lâminas frias de armas brancas. A Escrava Anastácia livra das perseguições e injustiças. Santos fortes para rezas fortes. Mas, garantem os religiosos, maior que qualquer santo é a fé de quem procura a bênção."

A cultura das benzedeiras é uma herança familiar. Geralmente numa mesma família, a avó,o pai, a mãe, e tias também compartilham deste "dom". Um sconhecimento passado de geração para geração. “As rezas devem ser mantidas em segredo. Caso contrário, quebram-se as forças, perdem o poder” diz seu Galdino Ferreira da Silva, 79, de Cajazeiras (PB), rezador famoso na sua cidade.

Mas as rezas não servem somente para pessoas, até mesmo os animais podem ser livrados do mal. Cavalos, galinhas, cachorros, casas, objetos, propriedades, tudo pode ser "benzido".

As benzedeiras acreditam no poder de suas atividades e se propõe sempre dispostas a atender os que recorrem aos seus cuidados. “Não sei ler, nem escrever. Rezar para os outros foi uma das melhores coisas que aprendi na vida”, comenta Delecina Alves Pereira, 65, da Cidade de Ouro Preto (MG).

Podemos enumerar algumas situações ligadas as atividades das benzedeiras:

OS MALES E AS REZAS

Quebranto

Também conhecido como mal olhado. Provoca moleza em crianças, sono e irritação “Com dois puseram, com três eu tiro. Com as três pessoas da Santíssima Trindade, que tira quebranto e mau-olhado, pras ondas do mar, pra nunca mais voltar”

Espinhela caída


Dor na região do tórax, associada à debilidade física “Barquinho de Santa Maria navega no mar sem emborcar. Levanta a sua espinhela, põe tudo no seu lugar”

Carne quebrada


Dor muscular provocada por ferimentos internos “O que é que eu cosi? Assim mesmo eu coso, osso rendido, nervo magoado, veia sentida, carne quebrada. Assim mesmo eu coso, em louvor a São Frutuoso” A reza é feita enquanto se costura um pedaço de pano com agulha e linha.

Erisipela


Doença infecciosa, que provoca inflamação da pele “Ezipa, erisipela, deu no tutano. Do tutano deu no osso, do osso deu na carne, da carne deu na pele, da pele vai pras ondas do mar sagrado, com o poder de Deus e da Virgem Maria”

Adaptado do texto de João Rafael Torres.

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2 comentários:

Nelcima De Morais disse...

OI!Foi uma grande surpresa encontrar aqui o cordel A cura de outrora I. Achei muito interessante a idéia de vocês, pesquisar sobre a cultura popular é algo que nos enobrece. Sou cordeliste e pesquisadora da cultura popular, autora de vários cordéis, inclusive o citado acima.Também tenho A cura de outrora II e A cura de outrora III que fizeram parte de uma pesquisa minha no interior da Paraíba.Vejam o meu blog: www.ncordel.blogspot.com
Vou enviar II e III para vocês

Unknown disse...

estou procurando a receita do cha de ninho de beija flor para bronquite e asma,porem não acho,se puderem me ajudar ,ficarei muito grato!
o ninho eu ja tenho.